<font color=0094E0>Temos Partido para avançar e crescer</font>
Mais do que nunca, é preciso um Partido mais forte, mais influente e mais interventivo, considerou Jerónimo de Sousa no Plenário Regional de Quadros de Beja no âmbito do XVIII Congresso do PCP.
Emergem grandes potencialidades de resistência e luta
O auditório da Escola Superior de Educação, em Beja, encheu-se de militantes para o Plenário de Quadros da Organização Regional de Beja sobre o XVIII Congresso.
Perante uma plateia heterogénea e interventiva, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, abriu a discussão salientando que esta iniciativa ilustra o nível superior da democracia interna do Partido, contrariamente ao que repetem há anos os que sentem pelos comunistas um indisfarçável ódio de classe.
O contexto internacional em que se realiza a assembleia magna dos comunistas, é o de uma crise que revela as dificuldades do capitalismo, mas que, também por isso, avoluma os perigos de conflitos e guerras e de uma reacção por parte «da maior potência militar do mundo», os EUA, notou Jerónimo de Sousa.
A par dos perigos e da incerteza, emergem grandes potencialidades de resistência e luta, o que exige «partido comunistas fortes e determinados no objectivo de construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados», até porque, continuou, «acentuou-se o antagonismo entre capital e trabalho, aumentou a exploração e a proletarização de camadas intermédias, e isso potencia a retirada de base de apoio ao capitalismo».
Em Portugal, «no quadro de uma relação de forças muito difícil dada a ilusão criada pela maioria absoluta do PS, a luta da classe operária e dos trabalhadores animou outras camadas», lembrou o secretário-geral, facto que abre campo à exigência de uma «alternativa política pressupondo uma política alternativa, a qual não é sustentável sem o reforço do Partido».
Assim, «o Partido deve ser a nossa preocupação prioritária e está presente em todas as questões. Podemos discutir tudo, mas nada conseguimos resolver ou intervir se não tivermos Partido».
Reforçar a organização para intervir
Ao nível nacional, inscreveram-se no PCP desde o XVII Congresso mais sete mil novos militantes. Em Beja também se registaram importantes avanços, sublinhou Miguel Madeira, responsável da Organização Regional.
Só este ano, já se realizaram oito acções de formação ideológica, responsabilizaram-se 50 novos camaradas, acresceram-se 46 exemplares do Avante! à venda regular e actualizaram-se os dados de meio milhar de militantes comunistas, referiu Miguel Madeira. Não obstante, recordou, «muito ainda há para fazer» uma vez que «a organização é o aspecto decisivo para que o Partido cumpra os seus objectivos na luta pela transformação revolucionária da sociedade», bem como a ligação do colectivo às massas e a intervenção e mobilização destas para a luta.
A menos de um mês da sessão de abertura do XVIII Congresso, já foram realizados em Beja mais de 40 assembleias e plenários envolvendo cerca de meio milhar de camaradas, precisou Miguel Madeira. Mas como o Partido não fecha para Congresso, a Organização Regional continuou a apoiar e promover as lutas no distrito, quer sejam levadas a cabo pelos trabalhadores dos sectores público e privado, quer pelos estudantes, os reformados ou as populações.
Debate vivo
Durante quase duas horas, várias foram as reflexões, dúvidas e propostas colocadas aberta e francamente pelos militantes comunistas.
A voracidade dos acontecimentos e a necessária afinação de posições quanto à crise capitalista; a análise das experiências socialistas e a afirmação da validade histórica e universal da revolução de Outubro; o aprofundamento da questão da alternativa política e da ruptura com as orientações governamentais antipopulares e antisociais; a promoção do sector cooperativo – dinâmico economicamente e responsável por emprego estável e de qualidade, destacou um camarada -; a intervenção acutilante e esclarecedora no que toca à habitação e ao flagelo suportado por mais de um milhão de famílias em Portugal; a afirmação e divulgação do Programa do Partido, foram, entre outras, matérias chamadas à discussão por diversos camaradas.
A necessidade de acompanhar de perto as pequenas lutas sectoriais e de empresa superando debilidades que ainda se manifestam, o reforço da consciência no cumprimento da obrigação militante de pagamento da quota, ou a reforma agrária na zona do latifúndio também foram levantadas nas intervenções ocorridas.
Partido no centro da alternativa
A encerrar o debate, o secretário-geral do PCP lembrou que o caso trazido por um jovem trabalhador militante do Partido confirma a proliferação das «novas praças de jorna» e que «o Governo quer aprovar o Código do Trabalho para condicionar ainda mais, pela retirada de direitos e garantias, a luta organizada dos trabalhadores, que é o que verdadeiramente os afronta».
Temem «a luta concreta nos locais de trabalho, na freguesia ou no concelho, aquelas que forjam a consciência social, política e de classe, e consolidam o Partido ligado à vida, aos trabalhadores e ao povo, onde, desde sempre, tem raízes sólidas e fundas», disse.
Quanto à questão da alternativa, Jerónimo de Sousa explicou que o que o PCP defende é a convergência das forças sociais e políticas que se identifiquem com a necessidade da ruptura com esta política, que não trabalhem à peça, intervindo aqui e ali, pontualmente, e aproveitou para reafirmar que os comunistas portugueses nunca serão a «peninha no chapéu» de um qualquer Governo que prossiga as orientações centrais da política de direita.
«O Partido é a questão transversal nas teses» apresentadas ao Congresso, e «a alternativa estará tanto mais próxima quanto mais forte for o PCP, quanto mais influência eleitoral e entre as massas tiver o Partido», concluiu o secretário-geral do PCP.
Novas praças da jorna
Particularmente expressivo foi o relato de um jovem camarada que recentemente começou a laborar nos campos do Alentejo. Com outros dez homens e 20 mulheres, estão agora a trabalhar na apanha da azeitona. Sem contrato, com discriminações salariais entre homens e mulheres, sem transporte para o local de trabalho, fazendo as pausas para as refeições no terreno, ao ar livre, sujeitos à interrupção da jornada devido ao sabor das condições climatéricas e forçados a compensar os dias de semana perdidos aos fins-de-semana, este grupo de trabalhadores decidiu enfrentar a exploração e lutar por aumentos salariais e melhores condições de trabalho, fazendo greve precisamente no dia seguinte ao debate em Beja.
«Este jovem parece que não disse nada, mas a meu referiu coisas extraordinárias», considerou o camarada que se lhe seguiu na ordem das intervenções, acrescentando que «no concelho de Aljustrel e noutros do distrito, muitas pessoas trabalham no campo nas condições descritas. Como Partido dos trabalhadores temos que conseguir lá chegar», concluiu.
Perante uma plateia heterogénea e interventiva, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, abriu a discussão salientando que esta iniciativa ilustra o nível superior da democracia interna do Partido, contrariamente ao que repetem há anos os que sentem pelos comunistas um indisfarçável ódio de classe.
O contexto internacional em que se realiza a assembleia magna dos comunistas, é o de uma crise que revela as dificuldades do capitalismo, mas que, também por isso, avoluma os perigos de conflitos e guerras e de uma reacção por parte «da maior potência militar do mundo», os EUA, notou Jerónimo de Sousa.
A par dos perigos e da incerteza, emergem grandes potencialidades de resistência e luta, o que exige «partido comunistas fortes e determinados no objectivo de construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados», até porque, continuou, «acentuou-se o antagonismo entre capital e trabalho, aumentou a exploração e a proletarização de camadas intermédias, e isso potencia a retirada de base de apoio ao capitalismo».
Em Portugal, «no quadro de uma relação de forças muito difícil dada a ilusão criada pela maioria absoluta do PS, a luta da classe operária e dos trabalhadores animou outras camadas», lembrou o secretário-geral, facto que abre campo à exigência de uma «alternativa política pressupondo uma política alternativa, a qual não é sustentável sem o reforço do Partido».
Assim, «o Partido deve ser a nossa preocupação prioritária e está presente em todas as questões. Podemos discutir tudo, mas nada conseguimos resolver ou intervir se não tivermos Partido».
Reforçar a organização para intervir
Ao nível nacional, inscreveram-se no PCP desde o XVII Congresso mais sete mil novos militantes. Em Beja também se registaram importantes avanços, sublinhou Miguel Madeira, responsável da Organização Regional.
Só este ano, já se realizaram oito acções de formação ideológica, responsabilizaram-se 50 novos camaradas, acresceram-se 46 exemplares do Avante! à venda regular e actualizaram-se os dados de meio milhar de militantes comunistas, referiu Miguel Madeira. Não obstante, recordou, «muito ainda há para fazer» uma vez que «a organização é o aspecto decisivo para que o Partido cumpra os seus objectivos na luta pela transformação revolucionária da sociedade», bem como a ligação do colectivo às massas e a intervenção e mobilização destas para a luta.
A menos de um mês da sessão de abertura do XVIII Congresso, já foram realizados em Beja mais de 40 assembleias e plenários envolvendo cerca de meio milhar de camaradas, precisou Miguel Madeira. Mas como o Partido não fecha para Congresso, a Organização Regional continuou a apoiar e promover as lutas no distrito, quer sejam levadas a cabo pelos trabalhadores dos sectores público e privado, quer pelos estudantes, os reformados ou as populações.
Debate vivo
Durante quase duas horas, várias foram as reflexões, dúvidas e propostas colocadas aberta e francamente pelos militantes comunistas.
A voracidade dos acontecimentos e a necessária afinação de posições quanto à crise capitalista; a análise das experiências socialistas e a afirmação da validade histórica e universal da revolução de Outubro; o aprofundamento da questão da alternativa política e da ruptura com as orientações governamentais antipopulares e antisociais; a promoção do sector cooperativo – dinâmico economicamente e responsável por emprego estável e de qualidade, destacou um camarada -; a intervenção acutilante e esclarecedora no que toca à habitação e ao flagelo suportado por mais de um milhão de famílias em Portugal; a afirmação e divulgação do Programa do Partido, foram, entre outras, matérias chamadas à discussão por diversos camaradas.
A necessidade de acompanhar de perto as pequenas lutas sectoriais e de empresa superando debilidades que ainda se manifestam, o reforço da consciência no cumprimento da obrigação militante de pagamento da quota, ou a reforma agrária na zona do latifúndio também foram levantadas nas intervenções ocorridas.
Partido no centro da alternativa
A encerrar o debate, o secretário-geral do PCP lembrou que o caso trazido por um jovem trabalhador militante do Partido confirma a proliferação das «novas praças de jorna» e que «o Governo quer aprovar o Código do Trabalho para condicionar ainda mais, pela retirada de direitos e garantias, a luta organizada dos trabalhadores, que é o que verdadeiramente os afronta».
Temem «a luta concreta nos locais de trabalho, na freguesia ou no concelho, aquelas que forjam a consciência social, política e de classe, e consolidam o Partido ligado à vida, aos trabalhadores e ao povo, onde, desde sempre, tem raízes sólidas e fundas», disse.
Quanto à questão da alternativa, Jerónimo de Sousa explicou que o que o PCP defende é a convergência das forças sociais e políticas que se identifiquem com a necessidade da ruptura com esta política, que não trabalhem à peça, intervindo aqui e ali, pontualmente, e aproveitou para reafirmar que os comunistas portugueses nunca serão a «peninha no chapéu» de um qualquer Governo que prossiga as orientações centrais da política de direita.
«O Partido é a questão transversal nas teses» apresentadas ao Congresso, e «a alternativa estará tanto mais próxima quanto mais forte for o PCP, quanto mais influência eleitoral e entre as massas tiver o Partido», concluiu o secretário-geral do PCP.
Novas praças da jorna
Particularmente expressivo foi o relato de um jovem camarada que recentemente começou a laborar nos campos do Alentejo. Com outros dez homens e 20 mulheres, estão agora a trabalhar na apanha da azeitona. Sem contrato, com discriminações salariais entre homens e mulheres, sem transporte para o local de trabalho, fazendo as pausas para as refeições no terreno, ao ar livre, sujeitos à interrupção da jornada devido ao sabor das condições climatéricas e forçados a compensar os dias de semana perdidos aos fins-de-semana, este grupo de trabalhadores decidiu enfrentar a exploração e lutar por aumentos salariais e melhores condições de trabalho, fazendo greve precisamente no dia seguinte ao debate em Beja.
«Este jovem parece que não disse nada, mas a meu referiu coisas extraordinárias», considerou o camarada que se lhe seguiu na ordem das intervenções, acrescentando que «no concelho de Aljustrel e noutros do distrito, muitas pessoas trabalham no campo nas condições descritas. Como Partido dos trabalhadores temos que conseguir lá chegar», concluiu.